O vírus da zika (ZIKV), que anteriormente se limitava a casos esporádicos na África e na Ásia, com sintomas similares a uma gripe leve ou subclínica, rapidamente tomou conta das Américas desde 2015 e passou a ter comprovadamente uma relação com microcefalia e outros defeitos congênitos. O amplo espectro das consequências causadas pela infecção intrauterina do feto por ZIKV foi descrito como síndrome congênita do vírus da zika (CZS). Um dos principais pilares desta nova entidade são as manifestações oculares que os recém-nascidos afetados podem apresentar. Curiosamente, todas as crianças com CZS apresentam comprometimento visual significativo, independentemente de apresentarem achados oculares, o que sugere deficiência visual cortical. Além disso, as crianças com CZS podem ter um poder limitado de acomodação, má acuidade visual, altos erros de refração e estrabismo, requerendo frequentemente correção refrativa. Desta forma, a CZS é um desafio não só para as famílias, mas também para os prestadores de cuidados da saúde e para o sistema de saúde pública.
Palavras-chave: Zika Virus; Manifestações Oculares; Deficiência Visual.