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IMAGENS E PERSPECTIVAS

Exames de imagem na avaliação da proptose

Imaging examinations for the evaluation of proptosis

Luciano de Sousa Pereira

DOI: 10.17545/eOftalmo/2023.0027

Este artigo pertence à Edição Especial Neuroftalmologia por imagem: acima e além

Paciente de 46 anos do sexo feminino com diagnóstico de doença de Graves há 2 anos e tireoidectomia total há 45 dias. Queixava-se de perda visual progressiva com evolução de duas semanas. Apresentava acuidade visual de 20/100 no olho direito e 20/20 no olho esquerdo, com defeito pupilar aferente relativo de 1.2 log à direita e fundo de olho inalterado. Em estudo com ressonância nuclear magnética de órbitas observou-se hipertrofia da musculatura ocular extrínseca proporcionando compressão ao nervo óptico no ápice orbitário (Figura1).

 

 

A neuropatia óptica distireoidiana (NOD) é uma complicação grave da orbitopatia de Graves (OG), que pode resultar em perda visual profunda e irreversível1,2. Acomete cerca de 5 a 8% dos pacientes com OG e, em aproximadamente 90% dos casos, está relacionada à compressão do nervo óptico no ápice orbitário pelos músculos extraoculares hipertrofiados (síndrome do ápice cheio)2,3. Nos demais casos, a NOD está associada à estiramento do nervo óptico secundário à proptose3. Outros fatores podem também estar envolvidos na fisiopatogenia da NOD, tais como: congestão e hipertensão orbitárias, insuficiência vascular e inflamação3. Fatores de risco para o desenvolvimento da NOD incluem idade avançada, sexo masculino, tabagismo e diabetes mellitus3,4. O tratamento inclui corticoterapia sistêmica endovenosa e, para casos refratários, a descompressão de órbita4,5.

 

REFERÊNCIAS

1. Tagami M, Honda S, Azumi A. Insights into Current Management Strategies for Dysthyroid Optic Neuropathy: A Review. Clin Ophthalmol. 2022 Mar 18;16:841-50.

2. Dolman PJ. Dysthyroid optic neuropathy: evaluation and management. J Endocrinol Invest. 2021;44(3):421-9.

3. Saeed P, Rad ST, Bisschop PHLT. Dysthyroid Optic Neuropathy. Ophthalmic Plast Reconstr Surg. 2018;34(4S Suppl 1):S60-S67.

4. Bartadena L, Tanda ML. Current Concepts regarding Grave’s Orbitopathy. J Intern Med. 2022;292(5):692-716.

5. Bartalena L, Kahaly GJ, Baldeschi L, Dyan CM, Eckstein A, Marcocci C, Marinò M, Vaidya B, Wiersinga WM, EUGOGO. The 2021 European Group on Graves’ orbitopathy (EUGOGO) clinical practice guidelines for the medical management of Graves’ orbitopathy. Eur J Endocrinol. 2021;185(4):G43-G67.

 

INFORMAÇÃO DO AUTOR

 

Financiamento: Declaram não haver.

Conflitos de Interesse: Declaram não haver.

Recebido em: 5 de Maio de 2023.
Aceito em: 6 de Junho de 2023.


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