Artigo

Acesso aberto Revisado por pares

0

Visualização

 


Vídeos

Retinopexia com introflexão escleral utilizando sistema de grande angular e chandelier para tratamento de descolamento de retina regmatôgenico crônico com vitreorretinopatia proliferativa subretiniano

Chandelier-assisted scleral buckling with noncontact wide-angle visualization for chronic rhegmatogenous retinal detachment with subretinal bands

Juliana Prazeres

DOI: 10.17545/eOftalmo/2023.0016

Este artigo pertence à Edição Especial Dominando a arte da cirurgia vitreorretiniana: técnicas e dicas

A vitreorretinopatia proliferativa (PVR) pode ocorrer como uma complicação de descolamentos retinianos regmatogênicos (DRR). O desenvolvimento de fibroses subretinianas resultam de um processo irregular de cicatrização em que membranas se desenvolvem sob a retina descolada. Essa condição surge devido ao crescimento anormal de células retinianas, levando ao desenvolvimento de faixas tracionais que podem contribuir para descolamentos de retina recorrentes1.

Apesar da associação entre descolamentos de retina regmatogênico recorrentes e PVRs, a remoção de fibroses subretinianas não são obrigatórias. Alguns pacientes, especialmente aqueles com descolamentos de retina crônicos complicados com PVR subretinianos, podem obter sucesso anatômico com a realização de introflexão escleral, sem necessidade de realização de vitrectomia posterior para remoção de fibrose subretiniana2.

 

 

A realização de introflexão escleral assistida por chandelier, utilizando sistema grande angular, é uma técnica efetiva e com bons resultados no tratamento do descolamento de retina regmatogênico3.

Após a realização de uma peritomia 360 graus, os músculos extraoculares são isolados, utilizando ganchos adequados e algodão 2-0. Em seguida, realizamos a esclerotomia para inserção da chandelier. Utilizando um sistema de visualização de não contato e grande angular, realizamos a crioterapia na região da degeneração lattice inferior, onde havia microburacos. Após passar a faixa 42 embaixo dos músculos retos, foi medida a distância do limbo até a região onde existem os microburacos retinianos e prosseguimos com a sutura da faixa utilizando fio sutura poliéster 5-0. Ao utilizar esta técnica é importante posteriorizar o nó da sutura, a fim de minimizar o risco de extrusão do fio.

Após a delaminação da esclera utilizando uma lâmina 11 e cauterização do tecido coroidal, a drenagem do líquido subretiniano é feita com a agulha do fio de sutura. Como vemos no vídeo, a quantidade de fluido drenado é espesso e em pouca quantidade, por se tratar de um descolamento crônico de retina.

Em seguida, cortamos 6 centímetros da faixa e realizamos a sutura da faixa e a sutura conjuntival.

A paciente evoluiu com absorção progressiva do líquido subretiniano , conforme mostramos em exames de retinografia e tomografia de coerência óptica.

 

REFERÊNCIAS

1. Nemet A, Moshiri A, You G, Loewenstein A, Moisseiev E.A Review of Innovations in Rhegmatogenous Retinal Detachment Surgical Techniques. J Ophthalmol. 2017;2017:4310643.

2. Yao Y, Jiang L, Wang Z, Zhang M. Scleral buckling procedures for longstanding or chronic rhegmatogenous retinal detachment with subretinal proliferation. Ophthalmology. 2006;113(5):821-5.

3. Roca JA, Maia M, Cruz NFS, Polizelli MU, Chhablani J, Gangakhedkar S, et al. Non-contact wide-angled visualization with chandelier-assisted scleral buckling for primary uncomplicated rhegmatogenous retinal detachment. Graefes Arch Clin Exp Ophthalmol. 2020;258(9):1857-1861.

 

INFORMAÇÃO DO AUTOR

 

Financiamento: Declaram não haver.

Conflict of interest: Declaram não haver.

Recebido em: 9 de Julho de 2023.
Aceito em: 12 de Julho de 2023.


© 2024 Todos os Direitos Reservados