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Casos Clínicos Discutidos

Síndrome da visão do computador: um problema visual obscuro no cotidiano moderno

Computer vision syndrome: an obscure visual problem in modern daily life

Alex Andrade Maciel1; Ridson Guilherme Parente de Aguiar1; Juliana de Lucena Martins Ferreira2; João Crispim Moraes Lima Ribeiro2,3

DOI: 10.17545/eOftalmo/2021.0008

RESUMO

Os avanços tecnológicos no campo da computação e a facilitação do acesso à Internet no mundo globalizado revolucionaram a forma como as pessoas trabalham e se comunicam. No entanto, esses avanços não trazem apenas benefícios. Essas mudanças estão afetando a interação social e a saúde mental e física de alguns indivíduos. A título de exemplo, a síndrome da visão do computador passou gradualmente de um problema de saúde no local de trabalho para um problema de saúde pública, com consequências na qualidade de vida do indivíduo. Este artigo revisa estudos recentes sobre a Síndrome da Visão do Computador e suas características, impacto social e prevenção.

Palavras-chave: Síndrome da visão do computador; Fadiga ocular digital; fadiga visual; Luz azul; Fototoxicidade.

ABSTRACT

Technological advances in computing field and the facilitation of Internet access in the globalized world have revolutionized the way people work and communicate. However, these advances do not bring only benefits. These changes are affecting the social interaction and the mental and physical health of some individuals. As an example, the Computer Vision Syndrome gradually changed from a health problem in the workplace to a public health problem, with consequences on the individual’s quality. This article reviews recent studies about the Computer Vision Syndrome and its characteristics, social impact and prevention.

Keywords: Computer vision syndrome; Digital eye fatigue; Visual fatigue; Blue light; Phototoxicity.

INTRODUÇÃO

Atualmente, os avanços tecnológicos na área de Informática e a facilitação do acesso à Internet no mundo globalizado permitem que os trabalhadores sejam mais produtivos quando se trata de informações on-line1. No entanto, essas pessoas tendem a passar mais tempo olhando para dispositivos eletrônicos com telas, como computadores, laptops, smartphones, tablets e até smartwatches, contribuindo para o surgimento da síndrome da visão do computador (SVC)2. Além disso, crianças, jovens e idosos também são afetados quando passam muitas horas por dia utilizando dispositivos eletrônicos para entretenimento, estudo e interação em redes sociais3. Nessa perspectiva, mais de 80% do aprendizado de uma pessoa é mediado pelos olhos, demonstrando a importância da saúde visual4. Além disso, o ser humano nunca passou tanto tempo na frente de dispositivos digitais; assim, vários problemas visuais estão ocorrendo devido a essa prática. Por isso, a SVC é reconhecida como um problema de saúde há mais de 20 anos. Os termos “fadiga ocular digital” e “fadiga visual” também podem ser usados nessa situação5. Essa condição é caracterizada por um desconforto ocular grave, relacionado ao uso de dispositivos digitais, incluindo embaçamento, fotofobia, olho seco, dor de cabeça e fadiga ocular6. Assim, este artigo pretende contribuir para o conhecimento de acadêmicos e profissionais de saúde, além de complementar as publicações existentes sobre o tema. Os autores têm como objetivo expor a síndrome da visão do computador, bem como explicar os fatores de risco e as formas de prevenção.

 

MÉTODOS

Utilizamos a base de dados Medline (PubMed) para procurar todos os artigos publicados entre 2013 e 2019, com o objetivo de realizar uma revisão da literatura, acrescentando ainda outros 21 artigos que consideramos relevantes. Os descritores incluídos foram “Digital Eye Strain”; “Computer Vision Syndrome”; “Blue Light” AND “Phototoxicity”; e “Refractive Error” AND “Computer”.

De outubro de 2018 a junho de 2019, quatro pesquisadores analisaram independentemente os dados filtrados, de acordo com um protocolo personalizado. Os critérios de inclusão foram obter a aprovação de mais de 50% dos pesquisadores e também artigos relacionados à síndrome da visão do computador. Os critérios de exclusão foram artigos duplicados, considerados irrelevantes para o assunto ou que não abordavam a síndrome da visão do computador ou suas associações relevantes.

 

RESULTADOS

A busca primária apontou um total de 678 artigos, quando combinados os descritores. Após adição de 21 artigos relevantes e a remoção de artigos duplicados, restaram 461 artigos. Após triagem e filtragem de elegibilidade, 41 artigos foram incluídos nesta revisão. Um fluxograma da metodologia PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) foi incluído para ilustrar cada fase desta revisão (Figura 1).

 


Figura 1. Fluxograma PRISMA.

 

Os resultados avaliados foram finalmente incluídos na Discussão nas seguintes categorias: “Síndrome da Visão do Computador”, “Fadiga Visual”, “Luz Azul”, “Olho Seco”, “Erros de Refração” e “Prevenção” (Tabela 1).

 

 

DISCUSSÃO

Síndrome da visão do computador

O principal risco ocupacional do século XXI e seus sintomas atingem quase 70% de todos os usuários de computador, sendo os principais sintomas fadiga ocular digital, olhos secos e irritados, cansaço/fadiga ocular, visão embaçada, olhos vermelhos, ardência nos olhos, lacrimejamento excessivo, visão dupla, dor de cabeça, sensibilidade à luz/brilho, lentidão na mudança de foco e alteração na percepção das cores7 (Tabela 2). Os sintomas podem ser agravados em situações de má iluminação ambiente (favorecendo apenas o brilho da tela de um dispositivo digital), brilho excessivo da tela, reflexo na tela, visualização inadequada devido a distâncias e má postura ou em uma combinação destes fatores8. A SVC afeta cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, resultando na redução da qualidade de vida daqueles que sofrem desta condição9.

 

 

Nessa perspectiva, a SVC pode gerar diversos sintomas não diretamente relacionados aos olhos, tais como estresse, irritabilidade, nervosismo aumentado, fadiga e sonolência. Os textos e imagens nas telas dos aparelhos digitais são criados por variações de pequenos pontos de luz conhecidos como pixels, que são mais brilhantes no centro da tela e diminuem de intensidade nas bordas, dificultando a focalização do olho humano10. Além disso, os usuários de lentes de contato que usam o computador por mais de 6 horas por dia são mais propensos a desenvolver SVC do que aqueles que não usam lentes de contato e usam o computador pelo mesmo período, com prevalência de 65% vs. 50% (razão de probabilidade de 4,85; intervalo de confiança a 95% [IC 95%] 1,25-18,80; p=0,02)11.

Fadiga visual

O desconforto visual induzido por dispositivos digitais móveis (computadores, smartphones, notebooks, smartwatches, etc.) é um sintoma que pode estar associado à SVC12. Telas antirreflexo podem aliviar os sintomas de desconforto ocular e melhorar o desempenho visual13. No entanto, ao usar esses dispositivos indefinidamente, a fadiga visual pode ser induzida mesmo que os dispositivos estejam equipados com tecnologia de ajuste automático do brilho durante a exibição14.

Assim, mesmo em condições com ambientes semelhantes e indivíduos saudáveis, a leitura prolongada em smartphones é mais prejudicial do que a leitura impressa em relação à fadiga visual e piora ainda mais quando essa prática é realizada em ambiente com pouca ou nenhuma iluminação15. Indivíduos que substituem a leitura impressa pela leitura em dispositivos eletrônicos por um período prolongado têm 4,9 vezes mais chances de relatar fadiga visual grave (IC 95% 1,4-16,9), mesmo quando não apresentam características clínicas que possam predispor a essa condição16.

Além disso, a distância de visualização (distância entre a cabeça e a mão que segura o smartphone) durante um período de 60 minutos de leitura de um texto em um smartphone tende a diminuir. Os sintomas de fadiga ocular são relatados com maior frequência após essa prática, mesmo em indivíduos com acuidade visual normal e sem distúrbios visuais acomodativos ou binoculares17. Consequentemente, ao usar um smartphone antes de dormir em decúbito dorsal, a distância de visualização tende a diminuir normalmente, por uma questão de conforto. Isso se correlaciona com uma piora do estado e da eficiência do sono, pois a luz azul das telas de aparelhos digitais influencia diretamente na redução da secreção de melatonina, o que é uma das causas da menor qualidade do sono18.

Luz azul

Nessa perspectiva, o dano à retina induzido pela luz depende da intensidade da radiação, do comprimento de onda da radiação e do tempo de exposição19. A faixa de luz azul está entre 400 e 490 nm, o que pode causar danos aos fotorreceptores, e o maior risco de dano à retina está associado a um pico de comprimento de onda de 441 nm. Isso contribui para o aparecimento de patologias como a catarata e a degeneração macular (dependendo do período e da exposição), sendo esta última a terceira maior causa de cegueira no mundo20.

A humanidade evoluiu sob a luz solar, demonstrando que a luz azul provoca mudanças na fisiologia do ciclo circadiano21. Assim, a exposição diurna à luz azul regula o relógio biológico circadiano interno, estimulando o cérebro a ficar acordado durante o dia, através da inibição da secreção de melatonina22. Portanto, o uso de aparelhos eletrônicos por um longo período tende a diminuir as horas de sono, podendo afetar qualquer idade23.

A luz azul pode prejudicar as células da superfície ocular, dependendo da intensidade e do tempo de exposição24. A exposição excessiva à luz azul com comprimentos de onda curtos pode induzir danos oxidativos e apoptose na córnea25. Em um experimento, a fototoxicidade causada pela exposição prolongada à luz azul foi mitigada em 10,6% a 23,6% por lentes de filtro azul. No entanto, o uso de filtros de luz azul também diminuiu a sensibilidade escotópica em 2,4% a 9,6% e a supressão de melatonina em 5,8% a 15,0%; mais de 70% dos participantes deste experimento não tiveram alterações ópticas detectadas22.

Olho seco

A síndrome do olho seco é um distúrbio comum, perfazendo cerca de 25% das causas de consultas em consultórios oftalmológicos e acometendo mais mulheres do que homens, principalmente após a menopausa26. Assim, a síndrome do olho seco tem natureza multifatorial e caracteriza-se como uma doença cujo conceito fisiopatológico central é a perda da homeostase do filme lacrimal27.

Seus principais sintomas são desconfortos oculares, tais como ardência, lacrimejamento, sensação de corpo estranho e fadiga ocular, sendo estes alguns dos sintomas relatados na SVC28. Além disso, relata-se que a SVC produz sintomas significativos em aproximadamente 40% dos trabalhadores de escritório e cerca de 15% a 30% da população geral (dependendo dos critérios diagnósticos adotados) apresentam sintomas de olho seco29.

Erros refrativos

A miopia é o erro refrativo mais comum, causado pelo alongamento do comprimento axial do globo ocular30. Vários fatores estão envolvidos no desenvolvimento da miopia. Tanto a genética quanto o meio ambiente desempenham um papel importante no desenvolvimento e progressão da miopia31. Sabe-se que a menor participação em atividades ao ar livre é um importante fator de risco ambiental para miopia, assim como baixos níveis séricos de 25-hidroxivitamina D32,33.

Em relação à contribuição genética, a herdabilidade é estimada em 0,77 a 0,94 em gêmeos34. No entanto, embora uma proporção substancial de casos de miopia possa ser explicada pela herança, a etiologia ambiental é extremamente importante. Há um consenso de que os genes podem determinar a suscetibilidade a fatores ambientais, ao ponto de que aumentar em 40 minutos as atividades ao ar livre em relação à atividade habitual em crianças de seis anos pode resultar em uma redução da incidência de miopia nos três anos seguintes35,36.

Prevenção

A iluminação adequada no ambiente de trabalho ou estudo pode melhorar o conforto visual e o desempenho. Recomenda-se a redução do brilho e contraste do monitor e que, se possível, a luz da janela (iluminação solar) seja lateral, ajudando a iluminar o ambiente. O uso de lentes progressivas específicas para o uso com computadores reduz a percepção dos sintomas da SVC37,38.

É oportuno descansar os olhos durante o uso prolongado do computador e impor um limite de tempo na frente do computador, quando possível39. Além disso, óculos bloqueadores de luz azul têm um efeito significativo na diminuição do efeito de supressão da melatonina causado pela iluminação de telas baseadas em diodos emissores de luz (LED)40. Após 2 horas de uso contínuo do computador, os usuários devem descansar os olhos por 15 minutos. Além disso, é necessário manter a tela do aparelho digital sempre limpa e em foco. Exames oftalmológicos regulares são essenciais para manter a saúde visual e prevenir a SVC41.

A síndrome da visão do computador já é considerada um problema de saúde pública, apesar de ser nova e ainda pouco compreendida. Atualmente, não é viável regredir tecnologicamente e excluir as telas eletrônicas do cotidiano moderno. Portanto, evitar os fatores de risco citados ao longo do artigo e realizar consultas oftalmológicas periodicamente pode ser uma boa alternativa para a prevenção dessa síndrome. Mais estudos são necessários para melhor abordar esta questão.

 

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INFORMAÇÃO DOS AUTORES

Financiamento: Declaram não haver

Conflitos de Interesse: Declaram não haver

Recebido em: 1 de Junho de 2022.
Aceito em: 3 de Julho de 2022.


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